Dois filhotes de onça pintada, nascidos há cerca de 20 dias, são a mais nova atração do Parque Zoobotânico de Marabá (PA). Eles chegaram ao parque em 9 de março e ainda recebem tratamento especial para a adaptação à nova rotina.
“Nós recebemos muitas ligações diariamente de pessoas curiosas sobre os filhotes, e todos que vêm ao parque para trazer novos animais param para olhar. Entre os funcionários, eles são o xodó”, afirma ao G1 a bióloga Andrea Araújo Matias, do Parque Zoobotânico de Marabá.
Os filhotes, um macho e uma fêmea de pouco mais de 1 kg cada, foram encontrados entre uma aldeia indígena e uma fazenda na cidade de São Domingos do Araguaia (PA). Segundo Andrea, eles já foram encontrados longe da mãe, e resgatados pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
As oncinhas não apresentavam ferimentos, e tinham um comportamento adequado para filhotes. “Eles estão bem. Passam por avaliação física semanalmente e se alimentam, de três em três horas, com um leite especial”.
Entre os outros felinos do parque estão, de acordo com a bióloga, uma onça pintada adulta, uma onça parda e quatro jaguatiricas. Os filhotes, no entanto, devem ganhar um recinto próprio. “Nossa intenção é mantê-los aqui, por isso já iniciamos um projeto de um recinto próprio para eles, a ser concluído o mais breve possível, porque os filhotes crescem rápido”, diz a especialista.
O recinto terá proteção para o sol e a chuva, área de lazer com piscina, e espaço para a realização de atividades que estimulem o desenvolvimento do condicionamento físico dos animais. Não há, no entanto, previsão para que o espaço seja entregue. Por enquanto, os filhotes permanecem em um recinto provisório.
"Infelizmente, não será possível devolver as oncinhas à natureza. Isso porque elas não tiveram o estímulo necessário, vindo da mãe, para sobreviver em seu habitat natural. Uma onça fica com a mãe, em média, até os dois anos, para que seja estimulada a caçar e para que aprenda estratégias de defesa. Se esses filhotes fossem soltos na natureza provavelmente iriam morrer porque não receberam essas instruções”, diz Andrea.
Aos poucos, portanto, a equipe do Parque ensina aos filhotes, batizados de Romeu e Julieta, algumas regras de sobrevivência naturais da espécie. "Estamos trabalhando para que eles se adaptem ao ambiente e aprendam a viver sozinhos aqui. Em breve vamos ensiná-los a nadar e os alimentos serão escondidos, para que eles desenvolvam o instinto para a caça", afirma.
