segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Paramore não sente falta de ex-integrantes


Vocalista Hayley Williams rende mais nas músicas lentas do grupo.

Banda encerra turnê com show em Porto Alegre nesta terça-feira (22).

Banda Paramore se apresenta em São Paulo, no Credicard Hall (Foto: Flavio Moraes/G1)Banda Paramore se apresenta em São Paulo, no
Credicard Hall
 
Ainda não dá para saber como a saída dos irmãos Josh e Zac Farro afetará as próximas canções do Paramore. Quando o assunto é o show do “novo” Paramore, porém, há uma certeza: a debandada dos dois músicos, em dezembro passado, não faz sequer cócegas na performance do grupo. Em um Credicard Hall lotado por quase sete mil pessoas, o quinteto americano mostrou neste domingo (20) em São Paulo que bandas de pop rock com garotas no vocal podem ter outras cores sem ser o rosa.
Quando a gritaria softcore permeada por gestual expansivo some por um tempo, fica mais fácil notar que ela vai bem além da rebeldia de shopping de outras roqueirinhas. Na mansidão, a voz de Hayley cresce, como no hit “The only exception” (com celulares levantados); em “My heart”, em arranjo guitarra e voz; e “In the morning”, a melhor das quatro do set acústico no meio do show.Vídeos das performances de Hayley Williams, nesta segunda passagem pelo Brasil, deveriam estar na videografia básica dos cursos de cantoras de bandas brasileiras de rock, se eles existissem. A garota de 22 anos canta tão bem quanto faz pose. Certamente seria ótima parceira para jogos de mímica.

A moça irrequieta é acompanhada dos remanescentes Jeremy Davis (baixo) e Taylor York (guitarra) e dos novos Josh Freese (bateria) e Justin York (guitarra). Em pouco mais de uma hora e meia de apresentação, ela está a serviço de refrões eficientes (“Playing god”, “Brick by boring brick”, “That’s what you get”) e de outros nem tanto (“Emergency”, “Careful” e “Decode”, da trilha de “Crepúsculo”).

Hayley já chega cuspindo para cima e sacode bastante o cabelo vermelho durante todo o show. As mãos com unhas (mal) pintadas de esmalte verde servem para gesticular anunciando cada pedaço mais impactante de letra. Ela fecha um dos punhos e esmurra uma pessoa imaginária; apoia a cabeça com cara de assustada; e brinca de levantamento de peso com o pedestal do microfone.
Grupo subiu no palco às 20h e tocou durante 1h30 (Foto: Flavio Moraes/G1)Grupo subiu no palco às 20h e tocou durante 1h30 

Além da mímica, também fala, é claro. “Estamos aqui cara a cara com vocês, então acho importante dizer... Obrigado por comprar os discos e o ingresso para o show. Dizem que a indústria fonográfica está morta. Mas vejo os rostos de vocês e ela parece bem viva pra mim”, pondera a vocalista, que fecha a turnê brasileira em Porto Alegre, no Pepsi On Stage, nesta terça-feira (22).

A plateia, formada principalmente por garotos e garotas de 14 a 20 anos e por um compenetrado Fiuk, aplaude o discurso. Ao perguntar quantos estavam em um show do Paramore pela primeira vez, Hayley descobre que era a maioria. “Bem-vindos à família Paramore. Uma vez dentro, você nunca sai”, garante a cantora. Os irmãos Farro não devem concordar muito com esse lema. Mesmo assim, ninguém ali pareceu disposto a reclamar da ausência deles.

Nenhum comentário:

Postar um comentário