quarta-feira, 16 de março de 2011

‘Fazer o House feliz seria a morte do personagem’, diz criador da série


Produtor e roteirista de ‘House’, David Shore participa de evento no Rio.

Em entrevista, ele garante que programa terá nova temporada.

David Shore, criador de 'House' (Foto: Carla Meneghini/G1)David Shore, criador de 'House' 
Aos 31 anos, o canadense David Shore deixou seu emprego  de advogado e se mudou para Los Angeles para tentar a vida como roteirista. No primeiro ano, ele quase desistiu, mas hoje ele é conhecido como o criador da série de sucesso “House”.
“Nunca pensei que um programa sobre um cara tão mau daria tão certo”, conta o produtor e roteirista do programa, que já está em sua sétima temporada. “Ninguém sabe nada em Hollywood, se você acredita na sua ideia, por mais maluca que ela seja, ela pode funcionar”, completa Shore, que está no Rio nesta quarta-feira (16) para apresentar uma palestra no evento Rio Content Market, na Barra da Tijuca.
Para Shore, o maior desafio para escrever “House” e atrair o público a cada temporada é fazer com que o protagonista, interpretado pelo britânico Hugh Laurie, mantenha sua já famosa – e cômica – negatividade. “Fazer o House feliz seria a morte do personagem”, diz o criador da série. “Quando o Hugh [Laurie] sorri em alguma cena, é sinal que o episódio ficou horrível”, brinca Shore.
Nova temporada garantidaSobre as negociações para a próxima temporada de “House”, o roteirista garante que a produção está confirmada, assim com o contrato com o ator principal. “As negociações continuam por causa da questão financeira, mas a renovação do contrato para a nova temporada já é garantida”, afirma David Shore, que prefere manter em segredo detalhes sobre o fim da atual temporada.
Sucesso de crítica e audiência, 'House' segue no topo há 7 anos (Foto: Divulgação)Sucesso de crítica e audiência, 'House' segue no
topo há 7 anos 
Paralelamente ao planejamento para a oitava temporada, o roteirista conta que já começa a pensar em como será o final da série. “Não será agora, mas em uns dois anos teremos que dar um desfecho à história”, diz o produtor, que espera não decepcionar os fãs do programa na reta final. “Isso me preocupa, porque a maioria das séries termina de forma insatisfatória. Talvez esse seja o objetivo, fazer com que as pessoas queiram mais.”
Inspiração e transpiração
Mas de onde saem aqueles casos médicos malucos que aparecem em “House”? O criador da série diz que sua principal fonte de inspiração são “os prazos e a pressão para entregar o texto”. "Na TV o roteirista é pago para não ter bloqueio criativo, e é nesse clima de pressão que surgem as melhores ideias", afirma.
Ele também conta que sua vivência como advogado o ajuda na hora de escrever cada episódio. “’House’ não é uma série médica. A medicina é um detalhe, o principal é o drama humano”, afirma. "Quando eu estava no escritório, ouvia muitos dramas de clientes, e isso ajuda, porque quero que o público sorria sem perder a perspectiva de que estamos falando de vida e morte."
No entanto, ele diz que se diverte com a repercussão do programa no universo da medicina. “Sei que sou o terror dos médicos, muito hipocondríaco deve pegar ideias da série e encher os consultórios de besteiras”, diz rindo.

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