domingo, 18 de março de 2012

Twisted Metal e os pilotos mais psicopatas dos games


Nome: Twisted Metal
Gênero: Combate Veicular
Distribuidora: Sony
Plataforma: Playstation 3
Twisted Metal (Foto: Divulgação)Twisted Metal (Foto: Divulgação)
Depois de passagens pelo PSOne e PS2, Twisted Metal retorna ao PlayStation, trazendo a boa e velha carnificina automotiva para o conforto do seu lar. Porém, o game atual tem poucas ligações com os títulos anteriores da franquia.

Apesar da manutenção de personagens e carros clássicos, como o palhaço assassino Sweet Tooth, o game é um reboot. Será que esta nova cronologia consegue ser tão bem sucedida quanto outros games violentos, relançados nesta geração, como Mortal Kombat? Acompanhe o nosso review e tire suas próprias conclusões.
Coisa de doido
O enredo do game lembra a história daqueles filmes estilo Grindhouse: um magnata sádico chamado Calypso cria um torneio de demolição underground, no qual vale tudo. Cada equipe (motorista e artilheiro) pilota um carro preparado para o combate, equipado com um grande arsenal de foguetes, metralhadoras, armas especiais e outros gadgets úteis, como o raio congelante, o escudo refletor e o lançador de minas.
A motivação para a matança é que quem promove o torneio promete realizar um desejo do vencedor – qualquer desejo. Porém, Calypso está longe de ser uma espécie de gênio da lâmpada. Ele faz exatamente aquilo que o vencedor pede, mas sempre dá um jeito para que, no fim das contas, a pessoa se dê mal.
TWISTED2Twisted Metal (Foto: Divulgação)
A história do jogo é revelada em cutscenes com atores reais, todos bem canastrões, algo, aliás,  bastante adequado. Twisted Metal está longe de ser um jogo sério e as interpretações constrangedoras fazem parte da cartilha trash, como vimos em games do naipe de House of the Dead: Overkill.
Twisted (1) (Foto: Twisted (1))Twisted Metal (Foto: Divulgação)
Tudo isto faz a campanha ser bastante divertida. O problema é que a história é curta demais: você acompanha apenas a jornada de três personagens – Sweet Tooth, Mr. Grimm e Dollface. Cadê a campanha dos outros motoristas? Ficamos na dúvida também sobre outro personagem interessante: o Padre. O personagem tem um final bem sem graça, desaparecendo antes mesmo de conseguir fazer diferença na história. Talvez em um DLC futuro ele continue sua cruzada contra o verdadeiro vilão do jogo.
Para aumentar a duração do jogo, alguns mapas são excessivamente difíceis, especialmente quando as regras mudam e você precisa lutar em espaços confinados para não perder energia, ou quando está em severa desvantagem. Contudo, o principal problema ocorre nas fases de corrida, especialmente Diesel Town. Ela tem checkpoints bastante irritantes e, apesar de ser o penúltimo estágio, consegue ser a parte mais frustrante do game. Pelo menos você pode jogar a campanha com um amigo, em tela dividida no mesmo console, para dividir a frustração e facilitar as coisas.
Aumenta o som
Se o enredo garante o “twisted” do título, a parte “metal” está bem representada na trilha sonora. As músicas têm batidas fortes e enérgicas, perfeitamente adequadas ao game. DesdeBrütal Legend não viamos um jogo tão Rock and Roll no Playstation 3. As vozes dos personagens também são interessantes. Outros efeitos sonoros como batidas, aceleradas, turbos e disparo de armas não são geniais, mas também não comprometem.

Design arrojado, mas o motor precisa de revisão
Assim como as pistas de corridas, os gráficos de Twisted Metal também têm seus altos e baixos. Começando pelos pontos positivos: não existem muitos carros, personagens e cenários, mas todos foram feitos com capricho e têm muita personalidade. Além disso, as arenas têm designs interessantes e é possível reduzir a área de confronto para garantir partidas mais frenéticas – algo bastante valioso para o multiplayer local.
Outro ponto positivo é a interação com os objetos, que causa uma série de efeitos visuais diferentes. Postes são arrancados, carros inocentes são jogados longe e até mesmo estruturas podem ser danificadas, já que os motoristas insanos do torneio podem arrebentar vidraças, atravessar paredes e acabar com os apoios de construções inteiras, até o lugar vir abaixo. Tudo isso graças ao software gráfico Havok, que gera escombros bem realistas.
Porém, mesmo um bom motor precisa passar por uma revisão após alguns quilômetros, e o Havok não é uma tecnologia exatamente nova. Ele mostra sinais de desgaste quando os veículos colidem entre si. Os carros voam como se estivessem correndo na Lua e, mesmo que Twisted Metal não seja um simulador, seria interessante ver um pouco de realismo na direção - os carros do jogo se comportam de forma bastante artificial.
Twisted Metal (Foto: Divulgação) (Foto: Twisted Metal (Foto: Divulgação))Twisted Metal (Foto: Divulgação)
Mão no volante, dedo no gatilho
A jogabilidade é um caso à parte em Twisted Metal. Você pode optar por controles clássicos, da época do PSOne, quando o joystick sequer tinha o segundo analógico; usar um esquema que lembra o dos simuladores, movendo e acelerando com os dois direcionais; ou até pilotar nos moldes de outros jogos de corrida do console, como Motorstorm (acelerando nos gatilhos). Ou seja, dá pra adaptar o game ao seu estilo de jogo.
É muito importante que você se sinta confortável com o esquema de controle. O game usa todos os botões do dual shock, a função de movimento do sixaxis e ainda várias combinações de comandos para ações específicas. Por um lado isso é bom, pois permite variedade de ação, mas acaba complicando a vida dos novatos e até mesmo de alguns veteranos. São tantos comandos que o tutorial acaba sendo uma jornada obrigatória, garantindo até um troféu (de bronze) para quem terminar o tutorial básico.
O problema é que quem compra um jogo como Twisted Metal certamente não espera um metajogo complicado, querendo apenas se divertir casualmente com as barbeiragens virtuais, seja sozinho ou com amigos. Esses jogadores acabam um pouco decepcionados, já que – mesmo com o recurso de mira automática – em alguns momentos faltam dedos para executar os movimentos desejados, o que é um ponto negativo do game.
TWISTED4 (Foto: TWISTED4)Twisted Metal (Foto: Divulgação)
Conclusão:
Twisted Metal é um bom game exclusivo para PS3. Pode não ter o impacto de outras franquias como Uncharted e God of War, mas, sem dúvida, é uma adição interessante para a biblioteca de títulos da plataforma, mesmo que tardiamente. Certamente não é argumento suficiente para fazer alguém comprar o console da Sony, mas sem dúvida garante boas horas de diversão entre amigos.

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