Excesso de violência de 'Call of Juarez' incomoda políticos mexicanos.
6 mil pessoas morreram pela violência na cidade nos últimos 2 anos.
Um jogo de tiro em primeira pessoa que se passa na cidade fronteiriça de Ciudad Juarez, irritou as autoridades locais mexicanas que já estão ocupadas demais combatendo a violência real.
Os legisladores do estado de Chihuahua, disseram no domingo (20) que pediram às autoridades federais a proibição do jogo "Call of Juarez: O Cartel", que é baseado em tiroteios do cartel de drogas em Ciudad Juarez.
Cerca de seis mil pessoas morreram em violência relacionada às drogas em Ciudad Juarez em 2009 e 2010, tornando a cidade, localizada na fronteira com El Paso, Texas, uma das mais mortais do mundo.
O site da desenvolvedora de jogos Ubisoft diz que o título tem lançamento previsto para este verão norte-americano. As capturas de tela do game mostram três personagens armados com uma pistola, um fuzil e uma espingarda, prontos para abrir fogo em uma rua da cidade. O slogan promocional do jogo exorta os jogadores a "fazerem justiça pelas próprias mãos e experimentarem a ilegalidade do moderno Wild West [Oeste selvagem]".
O site da desenvolvedora de jogos Ubisoft diz que o título tem lançamento previsto para este verão norte-americano. As capturas de tela do game mostram três personagens armados com uma pistola, um fuzil e uma espingarda, prontos para abrir fogo em uma rua da cidade. O slogan promocional do jogo exorta os jogadores a "fazerem justiça pelas próprias mãos e experimentarem a ilegalidade do moderno Wild West [Oeste selvagem]".
"Muitas crianças dizem que querem ser um assassino, porque são aqueles que se safam de tudo", disse o jovem trabalhador Laurencio Barraza.Líderes comunitários da conturbada cidade mexicana Ciudad Juárez, que teve em média oito assassinatos por dia em 2010, incluindo tiroteios, decapitações e assassinatos com tortura, disseram que o jogo glorifica e banaliza a violência para os jovens já inclinados para o crime.
Sua organização popular independente trabalha com jovens carentes que moram em barracos nas favelas que servem como local de recrutamento pelos traficantes e também como local de desova de cadáveres.
"Isso glorifica a violência, como se as vítimas fossem apenas mais um número ou outro bônus qualquer", acrescentou Barraza.
Ricardo Boone Salmon, deputado de Chihuahua, estado onde fica a Ciudad Juarez, disse que a Assembléia Legislativa aprovou por unanimidade um requerimento esta semana pedindo a proibição do jogo. "É verdade que existe uma situação de crime grave que não estamos tentando esconder", acrescenta Salmon. "Mas também não devemos expor as crianças a esse tipo de cenários para que elas cresçam com esse tipo de imagem de falta de valores", completa.
O deputado estadual Enrique Serrano disse que a principal preocupação é o potencial efeito sobre as crianças em Ciudad Juarez, algumas das quais já foram ensinados a "abaixar e se proteger" caso aconteça algum ato de violência fora de suas escolas.
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