Iniciada com a chegada do Xbox 360 em 2005, a geração atual de consoles parece que não vai acabar tão cedo, ao contrário do esperado. John Riccitiello, presidente da Eletronic Arts, comentou: “Embora estejamos em um período incerto do mercado mundial, acredito que teremos um ciclo de hardware mais extenso que os demais”. Bobby Kotick, presidente daActivision, compartilhou opinião semelhante; disse achar que ainda há muita estrada pela frente para os consoles atuais e evitou antecipar quando acontecerá uma mudança significativa no cenário atual.
Dificuldade de mudança de engines
As produtoras que tanto investem na criação de jogos para os consoles atuais, teriam que transferir todos estes recursos desenvolvidos para uma nova geração, o que requer um grande investimento de capital, e também pode ser um grande risco. Os desenvolvedores também se encontram na mesma situação. Martyn Chudley, da Bizarre Creations, afirma: “Pessoalmente, estou satisfeito com nossos bons níveis de performance, ferramentas e tecnologias aperfeiçoadas e com uma experiência estável dos usuários”.
“Tentar fazer um jogo quando não há uma cadeia de produção predefinida ou ‘engine’ pronta ou quando você não tem idéia de o que a plataforma é capaz pode ser realmente frustrante”, Chudley diz. Segundo ele, construir jogos para uma plataforma ‘desconhecida’ é como ter que fazer a cópia de um desenho de olhos vendados. “Se você tiver domínio da técnica, pode sair bom; mas ainda é algo longe de uma obra-prima”. Chudley finaliza, dizendo: “(…) gostaria de ficar com a geração atual por mais dois ciclos de jogos.”
Jogadores sempre querem algo novo, mas será que realmente se importam se o novo jogo rodará em um novo console ou em um que eles já possuem? A maioria das pessoas se importaria apenas com um jogo melhor. Martyn Chudley levanta essa conclusão com a recepção do público perante God of War II. “Todo game ficará melhor em uma plataforma já existente.”
Videogames não são mais ‘estáticos’
Um dos grandes motivos para essa geração durar tanto está na constante “evolução dinâmica” das plataformas e dos jogos. Agora que as fabricantes Sony, Microsoft e Nintendo não estão mais lidando com plataformas estáticas, eles estão investindo ao máximo em seus aparelhos atuais, tornando qualquer tentativa de introduzir uma nova geração de consoles em um negócio pouco rentável.
Essa “evolução dinâmica” corresponde às atualizações e dos novos recursos inseridos nos consoles. Todos os possíveis bugs que aparecem ao longo do tempo pode ser corrigidos por atualizações: pacotes de dados inseridos no videogame quando estão conectados na Internet. Assim, os consoles só melhoram a sua performance.
Há também a inserção de novos recursos. No Playstation 3, a Sony já acrescentou o acesso à tecnologia 3D, o reconhecimento dos controles de movimento (Playstation Move eNavigation Controller), acesso à canais de TV, softwares de manipulação de fotos e de música, entre outros. O Xbox 360, além do suporte ao Kinect, teve grandes mudanças no layout da dashboard (menu do console), além da inserção da Live brasileira. Vale lembrar que ambos também têm funções compartilhadas com as redes sociais.
Por mais que o mercado de games esteja em uma fase de dúvidas, a única certeza é a de que jamais houve tanto dinheiro circulando, o que torna o panorama atual mais complexo do que em qualquer outro momento de sua história. “O consumidor não muda seu comportamento enquanto não sabe que algo novo está a caminho”, garante Michael Pachter, famoso analista do mercado de jogos. Se isso for verdade, resta apenas paciência para as grandes produtoras darem mais outro passo para desenvolvimento de jogos, enquanto ainda somos atualizados por pacotes de dados para manter nos consoles atuais em pleno vapor.
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